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Bacharel em Ciências Contábeis, Professor, Pós Graduado em Contabilidade Auditoria e Pericia, Especialista em Contabilidade Digital e Novas Normas Brasileiras de Contabilidade - IFRS, Analista de TI, Administrador de Empresas e Perito Judicial

sexta-feira, 9 de março de 2012

TI é importante aliada tributária

por Marcio Gomes*
Desde que as áreas tributária, contábil e fiscal das empresas tiveram de se adaptar à digitalização de vários processos, a relação com o departamento de TI vem mudando. Mas ainda há muito que ser alinhado, porque persiste certa desconfiança – entre os profissionais contábeis – em relação aos profissionais ‘de informática’. Trata-se de uma questão cultural que precisa ser transformada urgentemente dentro das empresas, pois só assim os ganhos serão cada vez mais palpáveis.
A atual dinâmica das obrigações acessórias exige um tempo de resposta cada vez mais curto, ao mesmo tempo em que impõe grande exatidão. O nível de conhecimento e especialização aumenta, ao passo que as atividades que não agregam valor estão cada vez mais sendo automatizadas. É bem nesse ponto que entra uma das interseções com a área de TI. Com a transmissão de conhecimento bem feita para as rotinas automatizadas, se ganha muito na qualidade final do entregável fiscal, contábil e tributário, e o trabalho de validação final fica muito mais rápido.
As implantações necessárias para atender às novas demandas do fisco – e elas ocorrem cada vez mais frequentemente – serão tão bem feitas quanto for a qualidade da comunicação e o trabalho desenvolvido em conjunto com a área de TI. Não há mais outro caminho. Agora, seu colega de TI é um pouco tributarista/contabilista e você passa a ser um pouco programador.
Sempre foi extremamente importante ter as informações organizadas e as bases tributárias apuradas são tão importantes quanto a demonstração de sua composição. Mas o mundo mudou rápido. O que fazer agora? Ao mesmo tempo em que a necessidade de acertar da primeira vez aumenta, já que o controle do fisco é total sobre os números da empresa, seu tempo diminui e as equipes de trabalho hoje são visivelmente menores.
O mercado já se deu conta dessa carência e ferramentas de apoio na revisão de obrigações acessórias digitais são cada vez mais comuns. Não apenas entregar, mas validar e ter confiabilidade da informação entregue, está na ordem do dia. Muitas empresas se valem da terceirização de mão de obra especializada ou buscam no mercado soluções de BI (Business Intelligence). Mas, em qualquer uma das opções disponíveis o conhecimento técnico é a peça central que faz a engrenagem toda funcionar.
De nada adianta contratar a implantação de uma ferramenta de “Compliance Tributário” (análise tributária) se esse conceito não for completamente absorvido pela alta diretoria. A técnica contábil, a visão tributária analítica, a análise fiscal… Tudo isso pertence ao universo do contabilista/tributarista, que continua sendo o elo mais importante dessa corrente. Isso derruba a ideia de alguns de que os contadores estão sendo substituídos por máquinas. Não é verdade! Eles estão, atualmente, apenas sendo estimulados a se manter constantemente atualizados e a adquirir um conhecimento profundo sobre todo o processo da empresa para a qual prestam serviços, pois cada etapa do processo irá gerar consistências ou inconsistências fiscais, contábeis e tributárias. Enquanto o contador/tributarista tem em suas mãos relatórios, demonstrativos e cruzamentos de dados que garantem a correção e a eficiência do trabalho de sua equipe na empresa, a área de TI é apenas uma importante aliada.
Nos últimos cinco anos, a dinâmica contábil, fiscal e tributária mudou muito. Essa mudança vai desde as convergências às normas internacionais até a nova forma de envio de obrigações ao fisco, o aumento no número de tais obrigações, a fiscalização eletrônica, a comunicação eletrônica via ECAC e Domicilio Tributário Eletrônico, entre outros. No entanto, algo não mudou e não vai mudar: a necessidade que as empresas têm de profissionais que entendam, interpretem e coloquem em prática toda essa nova conjuntura sem expor a empresa às contingências tributárias.
No início, havia a impressão de que os diretores enxergavam a solução apenas fora da empresa, bastando contratar uma consultoria de renome para tudo se resolver. Felizmente, já houve um choque de realidade e não adianta investir na ferramenta mais avançada do mundo se não se pode contar com um profissional preparado para interpretar resultados e adaptar a ferramenta à realidade da empresa, otimizando o investimento.
Mais ainda: internamente, é necessário que os profissionais de TI sejam abastecidos de todo o conhecimento fiscal, tributário e contábil mínimo para que também consigam interpretar o que é o entregável. Se houver essa aliança dentro da empresa, tanto para implantações como para desenvolvimentos internos, se os profissionais tributários e da área de TI falarem a mesma língua – dentro de sua área de formação, obviamente – a empresa e as áreas tributária, contábil e fiscal só têm a ganhar. São profissionais complementares neste mundo digital, não concorrentes. O objetivo é um só: tornar a empresa segura da qualidade das obrigações acessórias e sua composição.
Não existe BI, Outsourcing, BPO ou qualquer outra sigla moderna aplicável às rotinas contábeis que sigam à margem do mais importante: o profundo conhecimento da técnica e dos fundamentos contábeis, fiscais e tributários – que apenas um profissional atualizado, ativo e atuante pode fornecer com total segurança. O setor de Tecnologia da Informação é um grande aliado. Portanto, devemos aprender com a própria Receita Federal do Brasil, que vem aliando técnica contábil e vanguarda tecnológica em seus desenvolvimentos.
*Marcio Gomes é consultor da Unione Consulting e é especialista em obrigações acessórias e atendimento às auditorias de TAX, acumulando 15 anos de experiência nas áreas contábil e fiscal de empresas de grande porte

Fonte: http://olhardigital.uol.com.br/

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